Albertina Pacheco – 71 anos

Cidadelhe

“Para me irem chamar a casa, têm preguiça. Tocam o sino. Mas às vezes faz-me diferença, tenho o fogão aceso, estou a fazer almoço, tenho de apagar o fogão para vir atender as pessoas. Porque a única coisa que temos aqui é esta tascazinha. Nasci numa quinta, até à idade dos 15 anos estive lá. Casei aos 16. Criámos lá os filhos, tenho quatro. Cheguei a andar na escola com 35 alunos. Desses meus colegas, estou cá eu e outra moça que mora além. Fiquei aqui toda a vida, fiquei na agricultura. Fomos a Fátima e a Lisboa, foi as únicas viagens que fizemos. Nunca quis sair daqui”