Joaquim Pires Correia – 70 anos
Aldeia de Trinta
“Esta tatuagem foi feita na Guiné, no Ultramar. E é do meu clube do coração. Nasci na aldeia de Videmonte. Estou nos Trinta desde 1965, casei aqui. Trabalhava numa fábrica de lanifícios. As pessoas das aldeias vizinhas vinham todas para aqui trabalhar. Desses tempos, tenho saudades do companheirismo. Gostava de tudo nos Trinta. A gente trabalhava uma semana e sábado à tarde ia receber. Tenho dois filhos, um está na Suíça e outro está na França. Aqui em 1964 ou 65 já andava tudo a caminho de França. Fiz aqui uma festa anual nos Trinta e escrevíamos para os emigrantes, para nos ajudarem a fazer a festa. Na altura em que eu fiz a festa, em 1982, escrevemos para 109 casas. Daqui emigrou muita gente. E vinha a malta das aldeias em volta a trabalhar para aqui. Isto aconteceu comigo: larguei um dia às duas horas da tarde e fui pegar na outra fábrica às três, só se meteu uma hora de intervalo. Os outros deram mais dois escudos ou três, mudei logo de um lado para o outro”