Manuel Pires – 57 anos

Fajão

“Nasci e vivi sempre aqui. Está tudo diferente, por causa dos incêndios. Havia mais floresta, havia tudo. Havia pasto para o gado. Ainda tenho cabras, 16 cabeças. Às vezes andam sozinhas, outras vezes ando eu ao pé delas. Já tive cento e tal. É um entretém. Guardo as cabritas, trato das galinhas, tenho uns galos para matar e fazer umas patuscadas. Antigamente, era melhor. Agora, só se vêem giestas por aí acima. Não há árvore nenhuma, não há floresta nenhuma. O fogo levou tudo”