Mário Dias – 80 anos

Cidadelhe

“Ao pálio, ninguém lhe soube dar o preço. Já nos davam 700 contos, no tempo dos contos, e outro pálio. Mas daqui não sai. À volta de 35 anos, pelo menos, era eu que orientava o que era preciso para a igreja. Pagar ao padre, receber as esmolas. Tinha eu a chave da igreja matriz de Cidadelhe. Aos 17 anos fui para Moçambique. Fui para lá empregado de comércio, depois estabeleci-me por minha conta. Até hoje nunca mais quis patrões. Estive até aos 35 anos, vim no 25 de Abril. Aquilo é um paraíso. Tenho saudades de tudo. Do que se lá vivia, da maneira que se vivia. Se pudesse, se aquilo continuasse como antigamente, estava em Moçambique.”